Álbum: III Bienal de Música Contemporânea
Faixa 1 (Lado A do LP)
H. J. Koellreutter
Ácronon, para piano, sopros e percussão (12’05’’)
Caio Pagano, piano
Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, Eleazar de Carvalho, regente
Obra gravada ao vivo, durante a III Bienal de Música Contemporânea, na Sala Cecília Meireles no Rio de Janeiro, em 12 e 15 de outubro de 1979.
Produção: Funarte
Supervisão: Edino Krieger
Coordenação: Nestor de Hollanda Cavalcanti
Técnico de gravação: Frank Justo Acker
Masterização: Toninho Barbosa
Estúdio: Sono-Viso, Rio de Janeiro, 1983
Capa: Ilustração de Luiz Alphonsus
Projeto Gráfico: Martha Costa Ribeiro
Produção gráfica: Departamento de Editoração da Funarte
Gravação digitalizada a partir do disco de vinil do Acervo Koellreutter por Marcos Filho em 2018 utilizando um Toca discos Audio-Technica AT-LP120 e softwares de restauro da Waves.
Documentos Sonoros e Audiovisuais | Acervo Koellreutter, 2018
Projeto Koellreutter 100 Anos: Música, ensino e memória
Apoio: Rumos Itaú Cultural
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Texto retirado do encarte do LP:
HANS-JOAQUIM KOELLREUTTER – Acronon
Figura ímpar como pedagogo musical, Hans-Joaquim Koellreutter nasceu em Friburg, no ano de 1915, transferindo-se para o Brasil ao final da década de 1930. Sua formação realizou-se na Academia Estadual de Música de Berlim e no Conservatório de Genebra (onde se graduou em 1937), tendo sido seus professores Kurt Thomas (composição) e Hermann Scherchen (regência).
Sua trajetória brasileira começou no Rio de Janeiro, onde, a partir de 1983, passou a exercer atividade didática, participando em seguida da produção do programa Música Viva, da Rádio MEC, e tornando-se membro da Orquestra Sinfônica Brasileira.
O Grupo Música Viva, por ele fundado na década de 1940 — com o objetivo de transmitir aos jovens compositores locais a técnica serial dodecafônica e divulgar entre nós as produções baseadas neste sistema — gerou polêmica mas forneceu frutos excepcionais. Cláudio Santoro, Guerra-Peixe e Edino Krieger — alguns dos “jovens autores” por ele reunidos naquela época — hoje figuram na primeira linha da nossa produção musical.
Dirigindo-se a outros pontos do país, Koellreutter fundou em São Paulo, em 1952, a Escola Livre de Música (que deu origem à Pro-Arte paulista) e, a partir de 1954, implantou a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, que dirigiu até 1962. De volta à Alemanha, tornou-se chefe de programação internacional do Instituto Goethe de Munique (1963/64), passando em seguida a representante dessa entidade na Índia e no Japão. Em 1975, retornou ao Rio de Janeiro, na qualidade de diretor do Instituto Cultural Brasil-Alemanha.
Hoje, sem a chancela oficial do governo alemão, Koellreutter prossegue sua função “missionária” em relação ao ensino musical, percorrendo o Brasil para ministrar numerosos cursos nos mais diversos locais e instituições.
Acronon (para piano, sopros e percussão) — obra com que Koellreutter esteve presente à III Bienal, em 1979 — é uma peça que revela de maneira bem nítida a sua postura como compositor, postura essa em que a preocupação intelectual predomina visivelmente sobre o fator emotivo.
Ronaldo Miranda, setembro de 1984.